CAHIS JOAQUIM NABUCO

Blog do Centro Acadêmico de História da Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata (FFPNM).

11.18.2006

Gestão que Fez Para Todos!



































Centro Acadêmico Joaquim Nabuco
“Gestão CAHIS PARA TODOS 2005 - 2006”


Prestação de Contas – Atividades Gerais


Reuniões ordinárias, sempre no segundo fim de semana de cada mês, desde o último mês do ano de 2005, assim que a nova gestão tomou posse, após o pleito eleitoral, além das reuniões extraordinárias sempre que foram necessárias na própria faculdade durante as semanas, ou em locais sempre previamente definidos pelo conjunto dos estudantes.

Representação no Conselho Pernambucano de Entidades de História – COPEHI, que ocorreu no mês de janeiro, nos dias 28 e 29, que contou com a presença de diversas escolas de História do estado, ocorrido na Universidade de Pernambuco, campus Garanhuns FFPG, onde foram tratadas questões referentes ao M.E. H, e foi deliberado o local e a realização do Segundo EPEH – Encontro Pernambuco dos Estudantes de História que acorreu nos dias 12 a 15 de outubro, com o tema: Formação Política e Profissional do Historiador: Desafios e Perspectivas, na Universidade Federal Rural de Pernambuco e contou com a participação dos estudantes de História de todo o estado de Pernambuco e estados vizinhos, tendo o CAHIS composto a Organização do evento.

Representação no I Conselho Estadual de Entidades de Base CEEB, da União dos Estudantes de Pernambuco UEP, na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, que contou com a presença de diversas Entidades de Base de todos estado, Universidade e Faculdade, onde foram tratados temas que se referem a conjuntura política e debates específicos no que se refere a História e formação profissional de História, com diversas Entidades de Base de História do Estado.

Realização de Palestra de recepção com os Feras 2006, onde foram apresentados, o curso de História, bem como suas possibilidades, no que se refere a pesquisa e a profissão do Historiador, assim como sua importância e responsabilidade social.

Informativos quinzenais, afixados nas salas de História e principais murais da Faculdade, com eventos e atividades relativas ao curso de História e áreas afins.

Realização de atividade referente ao dia Internacional da Mulher.

Participação nas discussões do processo de formação de um novo projeto de gestão para a FFPNM, nos próximos quatro anos, com a posterior eleição dos Professores Luiz Alberto – Diretor e Maria Auxiliadora – Vice-Diretora.

Participação junto ao DAGB e DCE Paulo Freire, no processo de confecção das carteiras de estudantes de História e da FFPNM, inovando com a entrega imediata ou semi-imediata.

Construção do processo de Resgate da História do Centro Acadêmico Joaquim Nabuco, nos seus atuais sete anos de Existência, com a organização e ordenamento dos arquivos do CAHIS, bem como a reformulação do Estatuto da Entidade.

Participação nas reuniões do Departamento de Geografia e História, fórum responsável pelas deliberações do curso de História, junto a sua Chefe a Professora Maria do Carmo.

Participação no XVIII Encontro Regional dos Estudantes de História EREH, que ocorreu na cidade de Porto Velho, no estado de Rondônia, participando ativamente das discussões e deliberações do movimento estudantil de História, assim como da Federação do Movimento Estudantil de História – FEMEH, e na discussão da realização do EREH 2007, que irá ocorrer na cidade de Salvador – Bahia, através de uma representante do Curso de História da FFPNM.

Representação do CAHIS e estudantes de História, no CONEHI, Conselho Nacional dos Estudantes de História, ocorrido na Bahia, onde foram deliberas questões referentes ao curso de História no Brasil, bem como as discussões em torno da realização do ENEH 2006, através de uma representante do curso de História da FFPNM.

Representação no XXVI Encontro Nacional dos Estudantes de História, ocorrido entre os dias 02 a 09 de setembro de 2006, na cidade de Florianópolis/SC – UFSC, com o tema: “A Marcha das Utopias: a prática das teorias”, eixos temáticos: 1) Pedagogia Humanizada: Paulo Freire, pedagogia libertaria e libertadora, inclusão digital, educação ambiental etc. 2) Experimentos Sociais: Maio de 68, Comuna de Paris, Movimentos Populares de contestação etc. através de uma representante do curso de História da FFPNM.

· Participação do CAHIS no Conselho Nacional de Entidades de Base - CONEB, da União Nacional dos Estudantes – UNE, através do envio de delegados, suplentes e estudantes de História da FFPNM, que ocorreu na cidade de Campinas, no estado de São Paulo, entre os dias 13 a 16 de abril de 2006, na UNICAMP, com a temática: “Por uma UNE do Tamanho do Brasil! Construir um projeto de desenvolvimento para o País”, onde o CAHIS participou dos Grupos de Discussões e temáticos do evento através de seus representantes, além das demais atividades do evento.

Participação do processo de discussões do processo de formação de um novo projeto de gestão para a Universidade de Pernambuco, nos próximos quatro anos, com a posterior eleição dos Professores Carlos Calado – Reitor, Reginaldo Inojosa – Vice-Reitor.

Criação da Lista de informação do Curso de História, para divulgação de eventos, atividades do curso e textos, bem como a indicação de livros, informações essas recebidas via e-mail. (cahisffpnm@gmail.com).

Continuação da luta pela implementação do laboratório de História e Geografia, junto ao DGH e a FFPNM, bem como fiscalização na aquisição dos recursos.

Promoção de Campanha de doação de alimentos junto à Semana de História 2006.

Realização pela Diretoria de Pesquisa e Extensão de trabalhos de levantamento sobre temas históricos assim como pesquisa e mapeamento das escolas de História do estado de Pernambuco, bem como reuniões e pesquisa na biblioteca onde forma levantadas as reais necessidades no que se refere ao acervo de livros de História, com posterior buscar de recursos para aquisição de livros.

Lançamento de Edição do Jornal Atitude reformulado, assim como criação e atualização do BLOG do CAHIS http://www.cahisjoaquimnabuco.blogspot.com/.

Lançamento de Cartas abertas aos Estudantes de História no que se referem à realidade atual do curso e deliberações do CEEB da UEP, Universidade Democrática e sobre as matrículas na FFPNM.

Promoção da interação entre os cursos de História da Universidade de Pernambuco e do estado, onde foram travados debates e buscadas parcerias na construção de congressos e encontros de história, tendo sido aumentado dessa forma os debates entre os cursos de História da UPE, bem como a troca de experiências, e como exemplo disso, teremos a realização do III Encontro Pernambucano dos Estudantes de História na FFPG/UPE em 2007.

Idealização e Organização junto ao DGH e professores da FFPNM, da VI Semana de História da FFPNM, possuindo o Tema: “História, Cultura e Arte”, que contou com a participação de mais de 300 alunos de História e diversos cursos, ocorrida entre os dias 14 a 18 de agosto de 2006, além da arrecadação de aproximadamente 700 kg de alimentos não perecíveis posteriormente doados a instituições de caridade de Nazaré da Mata, apresentações de comunicações, mini-cursos, bem como a incorporação na semana de História de atividades culturais da zona da mata, oficinas além do lançamento do Livro do Professor Maciel Pinheiro.

Parceria com o DAGB, DCE e CA´s, de outros cursos e instituições com o intuito de enriquecer pedagogicamente e academicamente o curso de História, promovendo a interdisciplinaridade, como por exemplo, apoiando e construindo conjuntamente outras semanas específicas, além da de História.

Participação da discussão junto a UNE e UEP, da discussão da Plataforma eleitoral, como as bandeiras e reivindicações dos estudantes, reafirmando o “Projeto Brasil” – Documento de caráter consensual elaborado pela coordenação dos movimentos sociais (CMS), que traz em seu conteúdo uma proposta de desenvolvimento para o País.

Participação do CAHIS e estudantes de História no II Fórum Social Brasileiro, ocorrido entre os dias 20 a 23 de Abril na Universidade Federal de Pernambuco.

Construção e participação na Mobilização na Luta pelo Passe Livre, onde foram mobilizadas diversas entidades na Luta Nacional pelo Passe Livre, junto a UNE, UEP e DCE-UPE.

Participação na Construção e Organização do VIII Congresso dos Estudantes da Universidade de Pernambuco – CONEUPE, junto ao DCE-UPE e DA´s da nossa Universidade e outras entidades como a UNE, UEP e UBM. Tendo possuído a temática: “UPE e Sociedade, Todos pela Gratuidade”, entre os dias 12 a 15 de outubro na Faculdade de Formação de Professores de Petrolina. Tendo feito parte da Comissão Organizadora, Acadêmica e de Estrutura do Evento.

Reunião do CRT de História, junto ao Departamento para discutir a realidade hoje do curso de História, bem como condições apresentadas para seu desenvolvimento.

Participação do CAHIS na comissão responsável por readequar o FDPE – Fundo de Desenvolvimento à Pesquisa e à Extensão, as necessidades e realidades existentes na UPE de hoje, para posterior orientação e iniciação dos alunos na produção científica, através da aquisição de bolsas e financiamento dos projetos de extensão.

Esequias Pierre
Presidente do CAHIS, Gestão CAHIS Para Todos (2005-2006)

11.07.2006

Eleições para CAHIS





Foi inscrita uma unica chapa para concorrer ao CAHIS em 2007. A Chapa "Construção" teve sua inscrição efetivada com 15 membros. A candidata a Presidente é Aline Araujo, do 4 º Periodo de Historia. A chapa é composta ainda por alunos do 2º e 6º Periodo.

Composição da Chapa Construção:
* Presidente: Aline Araujo
* Vice-Presidente: Gabriela Souto
* 1 Secretaria: Tamar Thalez
* 2 Secretaria: Flaviany Bruna
* 1 Tesouraria: Cintya Marques
* 2 Tesouraria: Ivaldo Junior
Diretorias:
* Finanças:
- Alex Pereira
- Marta Moura
- Rafaele
* Eventos e Ação Social
- Cleyton Victor - Xavião
- Diego José
- Daniele Maria
* Relações Publicas
- Polliany Emilia
- Filipe de Melo
- Tércio Amaral



10.27.2006

Vestibular 2007

O Diretório Acadêmico Gregório Bezerra realizou nesta Terça-Feira dia 17 de outubro na Quadra de Esportes da FFPNM o sorteio dos Fiscais para o Vestibular 2007 da Universidade de Pernambuco.
O sorteio dos Fiscais foi realizado com os candidatos inscritos e separados por curso, sendo 10 vagas para o curso de Letras, devido ao seu corpo discente ser maior do que os outros cursos e 07 vagas para os demais cursos da Faculdade, totalizando 45 vagas para fiscais no Vestibular 2007.
O sorteio dos fiscais, mostrou que todos os estudantes da Universidade e, principalmente, da FFPNM têm interesse em participar ativamente dos concursos realizados pela UPE e pelo seu instituto de apoio o IAUPE, mas o que lhes falta é a oportunidade e o esclarecimento necessário sobre o processo de seleção dos fiscais nos concursos feitos pela UPE para que eles possam participar como integrantes da Comunidade Acadêmica.
É interessante ressaltar e tornar público esse desejo do estudante, para que os responsáveis pelos concursos desenvolvidos via Universidade e IAUPE comecem a inserir o estudante, que quer contribuir com a Universidade, de maneira ética e tranparente.
Precisamos adotar dentro dessa universidade processos de seleção mais tranparentes para que o estudante, o servidor e o professor tenham clareza sobre como funciona o mecanismo de seleção dos fiscais nos concursos desenvolvidos pela Universidade e pelo IAUPE, para então poderem fiscalizar e acompanhar estes processos e assim termos uma escolha mais democrática, justa e que não venha a privilegiar apenas algumas pessoas em detrimento da massa que compõe a Comunidade Acadêmica dessa Universidade.
O Diretório Acadêmico Gregório Bezerra mostrou, mais uma vez, que tem tranparência em suas atitudes, que tem compromisso com o estudante da FFPNM e acima de tudo respeito pelas pessoas que compõe o corpo discente dessa Faculdade.
Continuamos na Luta por uma Universidade de Todos para Todos, uma Universidade que não privilegie alguns em detrimento da massa, que tenha clareza em suas atitudes e que acima de tudo respeite quem quer contribuir nas realizações dentro dessa Universidade.
Chega de apadrinhamento, chega de favorecimento, chega de paternalismo dentro dessa Universidade, porque é dessas relações que surge a promiscuidade e o peleguismo.

LISTA DE ALUNOS SORTEADOS PELO DIRETÓRIO ACADÊMICO GREGÓRIO BEZERRA PARA FISCALIZAR O VESTIBULAR UPE 2007.

HISTÓRIA:
Millena Lyra Valença – 8º período – matricula 0310517
Martha Bertiani Melquíades Moura – 2º período
Polliany Emilia Gonçalves Braz – 2º período – matricula 0610524
Emanuel Arruda da Silva – 2º período – matricula 0610499
Flaviany Bruna do N. Tavares – 2ºperíodo - matricula 0610501
Bruno Rafael de Morais e Silva – 2º período
Jaqueline da Silva Alexandre – 2º período

III SEMINÁRIO HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO DE OLINDA

III Seminário História, Memória e Patrimônio de Olinda

HISTÓRIA: Interfaces entre a Produção Acadêmica e o Ensino

O INSTITUTO HISTÓRICO DE OLINDA (IHO)/FOCCA abre inscrições, até 30 de outubro, para o III SEMINÁRIO HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO DE OLINDA. INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: DARLAN AMORIM, 9965-0209, damladino@yahoo.com.br, ou no IHO nos dias 29 e 30 de outubro. Endereço: Av. Liberdade, 214 – Carmo, OLINDA, em frente a praça do Carmo (Praça da Preguiça).

DEBATES:

A Utilização do Livro Didático de História
Professor André Seal, UFPE
Professor Maciel Carneiro, CEFET
O Ensino de História na Capital Brasileira da Cultura
Professora Viviane Galvão, UFPE
Professor Edson Hely, UFPE
Professor Rômulo Xavier, UFF

CONFERÊNCIA:

História: Interfaces entre a Produção Acadêmica e o Ensino
Professor Severino Vicente, UFPE

MINI-CURSOS:

Linguagens Visuais, Sonoras e Literárias no Ensino de História
Professora Lúcia Falcão, UFRPE (40 vagas)
O Ensino de História e a Educação Patrimonial através das Excursões Históricas
Professor Alexandre Amorim, UFPE (40 vagas)

GRUPOS TEMÁTICOS (Comunicações Coordenadas):

História e Arte;
História e Imagem;
História e Literatura;
Arqueologia e Patrimônio;
A História da Escravidão no Brasil;
O Uso da História Oral em Sala de Aula;
Memórias de 1964: Ensinar é Construir;
Modelos e Práticas Educativas na História do Brasil;
NEPHEPE: Memórias da Educação de Pernambuco.
Exclusão e Resistência em Pernambuco: Os Novos Desafios Historiográficos;
Diferentes Aspectos da História militar: Teorias, Conceitos e Conflitos bélicos;

SEMINÁRIO INTERNACIONAL 60 ANOS "GEOGRAFIA DA FOME"

Seminário Internacional 60 Anos "Geografia da Fome"

ATUALIDADE DO PENSAMENTO DE JOSUÉ DE CASTRO

Data: 13 e 14 de Novembro de 2006
Local: Auditório do Colégio Salesiano Sagrado Coração
Rua Dom Bosco 551 – Boa Vista - Recife - PEInscrições:R$ 40,00 profissionaisR$ 20,00 estudantes ou professores.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO http://www.josuedecastro.org.br/index01.htm

CENTRO JOSUÉ DE CASTRO
Rua São Gonçalo, 118 - Boa Vista - Recife - PE - Brasil - CEP 50070-600 Fone: (81) 34232800 Fax: (81) 34235242

JOGUE LIMPO http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=20878490

9.21.2006

História e Memória

A discussão sobre a relação entre História e memória é um dos grandes debates teóricos que atravessa várias gerações de historiadores, pois envolve os objetivos e fundamentos do trabalho histórico. Atualmente, a maioria dos autores concorda que a memória não pode ser vista simplesmente como um processo parcial e limitado de lembrar fatos passados, de importância secundária para as ciências humanas. Trata-se da construção de referenciais sobre o passado e o presente de diferentes grupos sociais, ancorados nas tradições e intimamente associados a mudanças culturais. Há também um consenso de que a história não tem mais a pretensão de estabelecer os fatos como realmente aconteceram. No entanto, persistem uma série de diferenças com relação a como considerar a memória para a construção de uma interpretação histórica. Mesmo sem haver uma resposta definitiva, uma maneira de entender a problemática é retomar o desenvolvimento do estudo da História e como foi sendo considerada a utilização de fontes tidas como registros memorialistas, como as fontes orais, ao longo do tempo.

"Desejoso de saber, interrogo". A frase do grego Heródoto, autor daquele que é considerado o primeiro trabalho histórico da civilização ocidental, demonstra que a utilização de fontes orais como meio para se escrever História não é fenômeno recente. Falar do estudo da História, segundo o historiador Paulo Miceli, é falar da origem prática da memória, do testemunho, da pergunta e da resposta, que é muito antiga e que se estende até os dias atuais. Segundo ele, a recorrência a relatos orais para a compreensão da História foi historicamente utilizada por vários autores e de diferentes maneiras: "No século XVI, temos Bernardino de Sahagún, que quis entender os povos conquistados pelos espanhóis e os entrevistou", afirma. Miceli cita ainda outros estudos que tiveram caráter semelhante, como o de Michelet, que fez uma pesquisa para saber a opinião que os franceses tinham sobre a sua própria revolução, no século XVIII.

A utilização de relatos orais, no entanto, foi colocada em suspeição a partir do século XVIII, quando a História ganha o status de ciência e os mesmos passam a não mais ser considerados como fontes seguras para o historiador. Segundo Márcia Mansor D'Alessio, da PUC-SP, isso tem uma relação com o ideário ilumunista de fins do século XVIII, que proclama o império da razão e dissemina a crença cientificista: "Para este ideário, a ciência é a única forma de conhecimento e, como tal, produz verdades únicas, absolutas e objetivas", diz a historiadora. As memórias, construídas a partir de subjetividades, não eram mais vistas como confiáveis para a produção do conhecimento científico. A historiadora Marieta de Moraes Ferreira, da UFRJ, acrescenta que esse processo continuou no século XIX, quando ocorre a institucionalização da História como disciplina universitária e uma profissionalização dos historiadores: "Nesse momento, os historiadores passam a adotar um conjunto de procedimentos para se diferenciar daqueles então denominados 'amadores', que eram cronistas, políticos, literatos ou, como no caso da França, indivíduos ligados à Igreja Católica", afirma. A pesquisadora também esclarece que isso significou a fixação sobre o que deveria ou não ser usado como fonte: "Um estudo 'isento' só poderia ser elaborado quando o historiador se distanciasse do seu objeto de pesquisa, abrindo mão de relatos parciais e cronologicamente próximos de eventos históricos", completa.

Essa História metódica e factual, centrada no estudo de "grandes eventos históricos" e "grandes personalidades", foi muito forte até a primeira metade do século XX. Seu questionamento tem como um grande referencial o surgimento da corrente historiográfica francesa dos Annales, na década de 1920. Historiadores como Marc Bloch e Lucien Febvre propuseram a diversificação de temas, mais voltados para as "pessoas comuns" e relativizaram a importância de "marcos políticos" para a escrita da História. Esse foi o primeiro passo que culminou com a diversificação do uso de fontes, englobando também a iconografia, a literatura e trabalhos artísticos.

Segundo Márcia D'Alessio, outro questionamento importante foi em relação à noção de temporalidade da historiografia tradicional, que encerrava os fatos num espaço de tempo meramente cronológico: "Inspirados em outras ciências sociais, [os integrantes da escola dos Annales] começaram a pensar em tempos longos da observação do real. Os conceitos de 'estrutura social', de Karl Marx, ou de 'quadros', de Halbwachs, são palavras e noções que entram para o vocabulário dos historiadores", afirma. Em outras palavras, eventos históricos deixaram de ser vistos apenas como situados em uma linha do tempo para serem problematizados em função de um contexto mais amplo de rupturas, transformações sociais e mudanças culturais. Para ela, uma vez acontecido esse rompimento, a memória pôde entrar mais facilmente no rol de preocupações dos historiadores, já que "lembranças habitam, por excelência, longas durações", ou seja, estão ligadas a processos históricos mais amplos.

Porém, esse processo de reflexão não implicou em uma retomada automática do trabalho com fontes orais. Isso porque, segundo Marieta Ferreira, é possível trabalhar com a memória a partir de monumentos, literatura e outros documentos: "Muitos historiadores dos Annales, embora se propusessem a trabalhar com a 'História dos homens comuns', ainda viam com muita desconfiança o trabalho com testemunhos", afirma. Segundo ela, durante muito tempo continuou-se aceitando a idéia de que as fontes escritas possuíam uma maior objetividade que as fontes orais, o que só foi quebrado na década de 1980 e 1990, juntamente com a discussão sobre como utilizar os relatos e testemunhos para o trabalho histórico. Tal avanço foi resultado de um processo de embates teóricos iniciados na década de 1950, curiosamente motivados por uma inovação tecnológica. Neste período, foi inventado o gravador, que tornou possível armazenar, reproduzir e conservar um depoimento. "O gravador foi muito usado na Segunda Guerra e posteriormente popularizou-se", afirma Paulo Miceli. A partir daí é que o termo "história oral" começa a ganhar notoriedade.

No entanto, de lá para cá houve o estabelecimento de uma série de controvérsias com relação ao uso de fontes orais. Marieta Ferreira afirma que há um grupo de pesquisadores que entende que a história oral é uma disciplina, que consiste em realizar entrevistas e publicá-las, como se aquilo fosse o resultado final do trabalho histórico. Nesse caso, temos apenas um registro parcial da memória. Para ela, a história oral é uma metodologia: "Trata-se de um conjunto de procedimentos usados para produzir depoimentos, que têm qualidades distintas de outras fontes orais como um programa de rádio ou uma entrevista para a televisão", afirma. Para ela, o trabalho histórico pressupõe um conjunto de procedimentos que visa uma análise e um confronto de fontes e não apenas a publicação de uma entrevista.

Paulo Miceli concorda com relação ao rigor que deve ser observado na realização de uma entrevista. Ele adverte também para a necessidade de não tomar palavra de quem está respondendo como o texto da própria História: "É necessário cercar a entrevista com todos os cuidados que você tem ao ler, por exemplo, a carta-testamento de Getúlio Vargas". Ele chama a atenção para o fato de que os depoimentos envolvem esquecimentos, distorções e omissões que demandam uma pesquisa e uma interpretação para serem compreendidos e contribuírem para o trabalho histórico. Daí a necessidade das entrevistas serem complementadas pelas pesquisas com outras fontes.

Nesse sentido, segundo D'Alessio, também é possível afirmar que a história oral faz parte de um processo maior de alargamento da possibilidade do uso de fontes para a escrita da história e de trazer para os historiadores instrumentos para lidar com a subjetividade, que está nos depoimentos, mas também nas fontes escritas. Para Marieta Ferreira, ela também auxilia a quebrar uma espécie de "fetiche" pela fonte escrita, que ainda está presente em uma espécie de "establishment historiográfico", até os dias de hoje.

Mas seria possível afirmar que a memória de um ou mais grupos sociais, que inclui tradições, culturas, hábitos, políticas etc, passíveis de serem expressos em depoimentos, pode ser simplesmente tachada como "fonte"? Qual a separação entre memória e História? Para D'Alessimo, embora sejam distintas, o fato da memória ser denominada como "fonte" é fruto das mudanças historiográficas que ocorrem constantemente, mas "é também instituinte desse processo, sobretudo por ser um dos fatores da introdução da subjetividade nos estudos históricos e, conseqüentemente, da transformação do discurso historiográfico em menos demonstrativo e mais narrativo."

Já Marieta Ferreira realça a distinção entre ambas, enfatizando a História como um campo profissional institucional que tem princípios e formas de funcionamento, gerando um conhecimento produzido a partir de uma reflexão, de um conjunto de procedimentos e regras. No entanto, esta distinção não faz com que exista uma oposição ou um conflito entre memória e história. A memória coloca uma série de desafios sobre como deve se fazer a história, assim como a história também pode contribuir com a memória: "Em regiões de conflitos étnicos, onde a memória coletiva é muito agressiva e associada a guerras, a história pode produzir uma reflexão mais crítica e mais comprometida com a objetividade", completa.

Já Paulo Miceli relativiza a distinção dos dois conceitos, afirmando que isso depende da articulação e do arbítrio do historiador, sendo impossível definir conceitualmente onde termina a memória e começa a História. Para ele, tal questão não tem uma resposta definitiva, assim como a própria distinção entre a História e os demais campos das ciências humanas: "É um debate acadêmico, que pode ser abordado do ponto de vista de grandes autores ou linhas interpretativas. Quando a poeira do tempo vai assentando, ficam grandes estudos, que podem estar no campo da memória, da História ou das demais áreas do conhecimento", afirma.

Extraído de http://www.comciencia.br/

8.16.2006

II Encontro Pernambucano dos Estudantes de Historia


Galera,
Visitem o site do II Encontro Pernambucano dos Estudantes de Historia...
www.epeh2006.com.br
Lá tem toda informação sobre o Encontro, como programação e inscrições...

O Encontro vai rolar de 12 a 15 de outubro de 2006, na UFPE.

Na FFPNM vocês podem procurar informações com Pierre e André (ambos do 8º Periodo), Gabriela e Bruna (ambas do 6º Periodo), Aline (4º Periodo), Ivaldo e Felipe (ambos do 2º Periodo).

Atenciosamente,
CAHIS Joaquim Nabuco

8.09.2006

VI Semana de Historia da FFPNM

Inscrições: De 7 a 14 de agosto de 2006
Valor: 2Kg de alimento nao perecivel
Na FFPNM - UPE

Comunicações:
Enviar para cahisffpnm@gmail.com
De 10 a 15 linhas, Times New Roman, Tamanho 12 e Espaçamento 1,5
Ate dia 11/08/2006

Programação da VI Semana de História

Segunda, 14/08/2006
Palestra de Abertura: “O estudo da cultura e da arte ao longo da História”
Profª Dra. Ângela Grillo

Terça, 15/08/2006
Mini-Cursos e Oficinas

Quarta, 16/08/2006
Mini-Cursos e Oficinas

Quinta, 17/08/2006
Comunicações Livres

Sexta, 18/08/2006
Lançamento do livro “Retalhos & Bricolagens” Do Profº Ms. Maciel Silva
Apresentações Culturais

Mini-Cursos
Cinema Nacional: dos primórdios ao século XXI
Ministrante: Profº Dr. Alberon Lemos
Educação escolar e interculturalidade
Ministrante: Profª Edna Leuthier
Historia da Arte Antiga
Ministrante: Profº Dr. José Maria
Arte e Cultura para Crianças
Ministrante: Profº Sergio Guerra

Oficinas
A importância das libras na educação
Ministrante: Aline Bezerra
Artes Plásticas e a Criação/Reprodução de mitos históricos
Ministrante: Profª Dra. Kalina Vanderlei
O teatro como ferramenta educacional
Ministrante: Dayvison Leandro
Brincando de Aprender – Como criar uma aventura pedagógica utilizando o RPG.
Ministrante: Henrique Virginio
Aspectos da Literatura de Cordel Contemporânea – Uma homenagem a Lídio Cavalcanti
Ministrante: Cristiano Costa Bastos
Aspectos da Cultura Pernambucana
Ministrante: Profº Dr. Severino Vicente

7.16.2006

Carta Aberta aos Estudantes da FFPNM

Vimos, por meio desta, comunicar aos estudantes da Faculdade de Formação de Professores de Nazaré de Mata (FFPNM) os avanços conquistados pelo movimento estudantil da Universidade de Pernambuco (UPE) em suas representações legítimas e atuantes.
Há mais de 15 anos, iniciou-se, pelo Movimento Estudantil, a luta em favor da Gratuidade. Este ano, o Diretório Central dos Estudantes (DCE), gestão “DCE para Todos”, com o apoio dos Diretórios Acadêmicos (DA’s) e Centros Acadêmicos (CA’s), principalmente o DA Gregório Bezerra, o CAHIS Joaquim Nabuco e o CALET Poeta Mauro Mota, que nunca se furtaram ao debate nesse âmbito, conseguiram, em diálogo com o Governo do Estado, o financiamento das matrículas e das mensalidades para os estudantes oriundos de escolas públicas (independente de serem cotistas), que, de forma honrosa, estão nesta instituição.
É consenso, que gratuidade das Universidades Públicas é um direito de todos. Porém, o que vivemos na UPE, única universidade pública no país a cobrar mensalidades, é um desrespeito a toda comunidade estudantil, tanto por parte da atual administração da UPE como do Governo do Estado, que só agora reconhece a necessidade de garantir um ensino superior público e gratuito.
Por pressão e atuação concreta das entidades representativas do Movimento Estudantil, em suas atuais gestões, o governador assinou o decreto de nº. 29.214, publicado em 19 de maio de 2006, garantindo aos estudantes egressos de escola pública (que correspondem aproximadamente a 50% dos alunos da UPE) isenção das taxas, mas não a GRATUIDADE, real objetivo do DCE. É lamentável que só esses estudantes sejam contemplados, mas não podemos negar que o decreto vem, por meio de uma medida imediatista, atender parte das solicitações feitas por toda comunidade da UPE.
O que queremos, afinal, é comunicar aos estudantes, que compõe a comunidade acadêmica da FFPNM, que todo aluno da Faculdade que cursou o ensino médio em escolas públicas tem direito à gratuidade, tanto nas matrículas quanto nas mensalidades, ou seja, sem custo para os estudantes.

Atenciosamente,



Diretório Central dos Estudantes (Gestão DCE para todos);
Diretório Acadêmico Gregório Bezerra (Gestão DA para todos).


P.S: Segue em anexo alguns extratos e um ofício veiculados para a liberação da verba por parte do Governo do Estado para a UPE.